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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O Diagnóstico e o Prognóstico médico foram de arrepiar!!



Ainda estou falando do ano 1995, mais precisamente, o começo de dezembro de 1995!

Vou te contar tudo que aconteceu no dia em que fomos buscar aquela minha primeira Ressonância Magnética, porque neste dia fatídico, a “Bruxa estava solta”.



Eu Fui tomar banho e antes que saísse do chuveiro, minha mãe foi na área de serviço pegar um pano de chão para eu não escorregar, pois eu já estava com o equilíbrio comprometido e todo cuidado era pouco.

Nesse percurso, minha mãe escorregou no piso molhado da área de serviço, caiu e machucou a mão. O tombo dela foi feio e só depois fui saber dos detalhes, porque ela escondeu bem! Cobriu a mão com um lenço, fez uma tipoia e quando eu perguntei o que era aquela tipoia, ela respondeu:
- Só escorreguei, cai e bati a mão, mas “acho” que não foi nada!

E fomos de taxi buscar a Ressonância Magnética, no Incor em São Paulo. Nessa época, minha mãe já não dirigia mais e eu nem pensar, pois minha coordenação motora sumira e meu carro ficou paradinho na garagem de casa.

Pegamos o exame e levamos direto para o Neurologista, em São Caetano do Sul. Foi quase uma hora de taxi pra ir e mais de uma hora pra voltar. Eu até perguntei pra minha mãe se a sua mão doía e ela disse que não!!!

Chegamos no neuro e o taxi ficou esperando!!!

Ele viu a Ressonância e disse:

- É o que eu suspeitava:

- ESCLEROSE MÚLTIPLA!

E nós duas:

- O QUE É ISSO?

Ele foi muito frio e já foi falando da gravidade da doença, que era uma doença degenerativa e que não tinha cura. Que em 5 anos eu estaria em uma cadeira de rodas e em 10 entrevada em uma cama!

Esse foi o prognóstico dele, vou até repetir em letras garrafais:

- em  5 anos eu estaria em uma cadeira de rodas e

- em 10 anos entrevada em uma cama.

Eu na hora respondi:

- Eu não, nunca!

E pensei:

Esse cara é louco!!

Saí da sala chorando, minha mãe veio atrás de mim e o médico também. Ainda no corredor, ele colocou a mão no meu ombro, me levou de volta ao consultório dizendo:

- Não fique assim, as nossas células estão sempre morrendo, não são só as suas!!!

Sentamos novamente, me deram um copo de água e logo ele retrucou:

- Não adianta você chorar, eu nem vou ter que abrir sua cabeça, não adianta!
Acho que falou isso porque como Neurocirurgião ele abria muitas cabeças!

Nunca vi pessoa tão fria e desumana!

Me receitou uma medicação e me deu um cartão da ABEM (Associação Brasileira de Esclerose Múltipla) e disse:

- Vai lá pra você ir se acostumando com sua nova realidade!

Então, fomos embora pra casa!

Minha mãe pediu pro taxista passar no Pronto Socorro. Ela quis tirar um Raio x da mão e ainda me falou que era só pra poder ir sossegada pra casa!

Eu fiquei com o taxista no carro. Ele era amigo da nossa família e rimos muito, porque eu olhava meu cérebro cheio de manchas na Ressonância e como eu não entendia nada, logo disse que parecia uma bunda pintadinha! Eu e esse meu senso de humor negro, as vezes!

Nem vi o tempo passar e de repente apareceu a minha mãe de braço engessado!

Ela quebrou o pulso em 5 lugares!
A mão tinha virado ao contrário e por isso ela escondeu com o lenço!
Mãe também apronta, sabia?

Fico até hoje pensando na dor que sentiu todas as vezes que o taxi passou em um buraco... e ela nada me falou, nada reclamou!!!

Dizem que isso é coisa de mãe!!!

Sou tão grata a minha mãe por tudo que já passou para me poupar, me ajudar. Ela ainda me ajuda tanto, que até fico sem palavras!

Só digo que meu amor por ela é gigante e a minha gratidão então? Não tem tamanho!

E lá fomos pra casa, mas pedi pra Bruxa parar de seguir o taxi, por favor, por hoje chega!!


Depois de vinte anos percebo que o fato de eu negar o prognóstico desse médico foi fundamental para o que aconteceu comigo de lá até hoje!

Eu neguei piamente o que esse médico disse!

Eu até acreditei no diagnóstico, mas as previsões dele eu nunca aceitei pra minha vida.

Sempre acreditei ter força para virar o jogo!


Lembro de ir no carro de volta pra casa muito brava e dizendo:

- Esse cara tá pensando o que?

- Eu não quero e não vou ficar assim!

E a minha mãe foi o caminho todo dizendo que íamos arrumar um jeito de reverter isso, procurar outros médicos pra ver o que eles diriam......nosso pânico foi total. Ele nos assustou demais!


Te deixo aqui uma canção que é lema na minha vida: